quarta-feira, 2 de abril de 2008

Coimbra, cidade do Futuro

Coimbra é hoje uma cidade definitivamente num patamar de desenvolvimento e qualidade superiores.

Os equipamentos e serviços de que a cidade hoje dispõe conferem-lhe, desde logo, a garantia de figurar entre as primeiras em Portugal, no que toca a qualidade de vida.

Estudo promovido e divulgado pela DECO em meados de 2007, colocava Coimbra no topo da tabela (7º lugar) à frente de capitais de distrito como Lisboa, Porto, Setúbal, Leiria, Santarém, Faro, para referir só algumas das mais relevantes.

Mais importante foi a "classificação" atingida em áreas chave como a Saúde (7,5), Meio Ambiente (6,2), Comércio e Serviços (7,7), Educação (7,2) e Cultura, Lazer e Desporto (6,0 /com 6,5 no parcial Equipamentos Desportivos), numa escala de 1 a 10.

Há bem pouco tempo o semanário Sol indicava Coimbra como uma das cidades mais felizes do país.

O que falta então fazer? Qual cidade podemos ainda sonhar e perspectivar?

A fórmula para o futuro a construir, tem sido estudada e debatida de maneira a que se possam descrever em traços essenciais, em planos estratégicos de desenvolvimento, as orientações, as opções políticas, definidoras do futuro do concelho e sua influência na região.

O segredo estará em definir, com acerto, os factores de desenvolvimento estratégico capazes de garantir sustentabilidade a Coimbra, em níveis elevados de qualidade de vida.

A aposta na fixação de indústria de base tecnológica com origem preferencial na área da Saúde, contrariando a "Coimbra (exclusivamente) dos serviços" tantas vezes apregoada e assumida num passado mais ou menos recente, parece promover uma vertente importante na promoção do emprego especializado, suportado em formação e investigação feitas na cidade.

Para que tal seja possível, procede-se, no presente, a investimento ímpar em parque industrial de inovação (iParque) capaz de receber projectos de dimensão a desenvolver em Coimbra.

No entanto, a aposta em condições que confiram peso e estrutura ao sector do Turismo, fazendo com que a sedução que Coimbra possa exercer ultrapasse a visita à Universidade, a Santa Clara ou a Santa Cruz, parecem-me de considerar.

Um centro de congressos capaz de acolher as organizações científicas que os profissionais de Coimbra (académicos, membros de direcções de Ordens profissionais, etc) tanto gostariam, certamente, de não ter que promover noutros locais (que oferecem condições de realização, tendo em conta alojamento, número e dimensão de salas, área expositiva, etc), é elemento fundamental para o futuro da cidade e a sua necessidade está por demais identificada.

Equipamentos na área do desporto, como campos de golfe (o Algarve garantiu Turismo e evitou sazonalidade, desta forma), centros destinados a acolher estágios desportivos, redes de eco pistas, parques aventura e radicais, desde que diferenciadores, podem constituir mais um factor de atracção, a par dos eventos desportivos de qualidade (nacionais e internacionais) que se possam promover, que chamam sempre adeptos, e garantem estadias de atletas e comitivas de dirigentes e técnicos.

Também iniciativas diferenciadoras, que contemplem o meio ambiente, o rio Mondego e as suas margens, como poderá vir a ser o "Mondegário", fluviário do rio Mondego, estrutura museu vivo do maior rio nacional e que apresenta maior biodiversidade, será motivo de visita e de promoção do Turismo, atraindo, com o seu carácter nacional, milhares de portugueses todos anos.

Será pois o Turismo, Cultural, Científico, Desportivo, de Natureza ou Ambiental, o grande desafio a constituir-se como "o" factor de desenvolvimento estratégico de que grande parte do futuro de Coimbra poderá um dia depender.

Luís Providência escreve no JN, quinzenalmente, à quarta-feira luis.providencia@gmail.com