domingo, 15 de abril de 2007

"Os deputados são do partido. Não é o partido que pertence aos deputados"


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O líder do CDS, José Ribeiro e Castro, respondeu hoje na Batalha às críticas feitas na véspera por Paulo Portas, quanto ao facto de ser líder e deputado europeu, indicando que estas críticas revelam uma "lamentável indigência de ideias e propostas políticas" e confirmam ter sido ele o promotor da "intriga" interna do partido.

"Temos de vencer aquele que foi derrotado por Sócrates para a seguir vencermos Sócrates. Temos de vencer quem fugiu quando Sócrates ganhou", afirmou Ribeiro e Castro, num jantar da campanha para as directas do partido, que teve lugar na Batalha.

Classificando sempre Paulo Portas como "chefe da oposição interna", Ribeiro e Castro acrescentou que o seu antecessor na liderança do CDS, ao "querer impor-se por ser deputado na Assembleia da República", revela "uma visão chantagista da política", que comparou ao "menino da bola". E recordou o debate e decisão no Congresso da Batalha, há um ano: "Os deputados são do partido. Não é o partido que pertence aos deputados", disse, arrancando muitos aplausos entre os apoiantes.

Ribeiro e Castro afirmou preferir "o partido actor", em vez de "um andor que anda com o líder às costas", pelo que a aposta é na promoção de mais "vozes" em vez da posição pessoal do presidente.

"Acredito que isto está a correr bem" e "vamos vencer mais este desafio interno", afirmou, criticando as recentes declarações de Paulo Portas.

Sem nunca dizer o nome do seu opositor, Ribeiro e Castro recordou que Paulo Portas "disse que o CDS quer e precisa de paz interna e união" e ironizou: "Até que enfim. Já não era sem tempo".

Nestes últimos anos, prosseguiu, "passámos as provas externas mais duras e mais exigentes. Provas de que os outros fugiram" e agora "acredito que vencida a oposição interna e o seu chefe teremos mais acção política em todas as frentes", até porque "não há nada de postiço neste meu discurso".

Apostando num CDS "aberto" e não "fechado, e num partido "interclassista" e não "elitista", Ribeiro e Castro rejeitou um regresso ao "velho ciclo" de poder interno que "só poderia significar declínio, frustração e crise".

"Esta instituição não é um patim nem um skate: merece respeito", afirmou, acusando Portas de ter sido "sempre o chefe da oposição interna mesmo na mais baixa intriga".

"Acabou o raid sobre as Distritais para impor lugares para os amigos e para a corte do Presidente", acrescentou o líder centrista, dizendo que "os deputados têm que resultar do trabalho político aberto nos distritos" e criticando a falta de trabalho parlamentar de Paulo Portas.

"Se o meu opositor quisesse sair de deputado ninguém daria pela diferença lá fora. Nunca fez oposição à esquerda e ao Governo. Ninguém deu por ele na Assembleia da República nestes dois anos, a não ser para, de forma surda, conduzir esta oposição interna", disse.

No jantar, de âmbito nacional, mas organizado pela Distrital de Leiria do CDS, uma das principais apoiantes de Ribeiro e Castro, estiveram mais de 800 pessoas que, em momento nenhum, referiram o nome PP, preferindo sempre gritar CDS.

No seu discurso, Ribeiro e Castro anunciou ainda alguns nomes que vão pertencer à sua Comissão Política, entre os quais destacou Miguel Anacoreta Correia, José Paulo Carvalho ("o deputado que faz só oposição ao Governo e nunca fez oposição ao partido"), Martim Borges de Freitas, Daniel Campelo, Mauro Barros, Francisco Seabra Ferreira, Mafalda Miranda Barbosa e Eduardo Nogueira Pinto.

Fonte: LUSA e outros