
SACO DO DESPORTO
Os dez minutos de tiroteio no planalto do Ingote, em Coimbra, que aconteceu há poucos dias, vem levantar mais uma vez várias questões;
A primeira, prende-se com a segurança dos cidadãos, que não podem, em circunstância alguma, estar sujeitos a ver entrar projécteis dentro de suas casas correndo riscos só “aceitáveis” em cenário de guerra.
A segunda, recorrente, o que fazer com aqueles que não querem ser integrados e não estão dispostos a cumprir as regras básicas a que todos nos sujeitamos a bem da vida em sociedade?!
Outras questões surgem de forma mais visível e insistente quando perante uma crise generalizada não sabemos o que dizer a uma classe média cumpridora, pagadora de impostos, que se mata a trabalhar para pagar o(s) empréstimo(s) que lhe permite dar tecto à família e alimentar os filhos, que vê o Estado (e em particular as autarquias) a dar habitação à pobreza Playstation (como lhe chamou o Jornalista João Miguel Tavares, DN 12/08) que não paga a casa mas tem dinheiro para tudo o resto: carro, LCD, DVD, telemóveis, Gameboy e Playstation…
É urgente dar respostas a todas estas questões e continuar o esforço de integração, que Coimbra tem feito, com todos os que tenham vontade de ser integrados.
O Desporto revela-se como utensílio importante em políticas de inclusão social porque de calções e t-shirt não há diferenças, mas fundamentalmente porque não há desporto sem regras e assim se educa para a cidadania cumpridora.
Eu, apesar de tudo, quando ouço a palavra pistola, saco do desporto!
Luís Providência 13/08/2008